Disco 56 - Semana 04 - De 23 a 30 de janeiro de 2019 - Rogério Skylab - Nas portas do cu
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Disco 56 - Semana 04 - De 23 a 30 de janeiro de 2019 - Rogério Skylab - Nas portas do cu
Essa semana temos uma indicação do Alex, o Sandro, que traz um disco nacional para variarmos um pouco...
Rogério Skylab - Nas portas do cu
Spotify - https://open.spotify.com/album/3Rnp6MLYs8Nghbi3YG0mBh?si=9sBnk0SOTOq6YzAkCRE47A
Deezer - https://www.deezer.com/album/84224852?utm_source=deezer&utm_content=album-84224852&utm_term=1503374886_1548135202&utm_medium=web
Site oficial = http://www.rogerioskylab.com.br/albuns/nas-portas-cu/
Letras - http://lyrics.wikia.com/wiki/Rogério_Skylab:Nas_Portas_Do_Cu_(2019)
Nas Portas do Cu (Portuguese for "By the Doors of the Ass") is the fourteenth studio album by the Brazilian musician Rogério Skylab, and the second installment of a planned trilogy, the "Trilogia do Cu" ("Trilogy of the Ass"). It was released on January 1, 2019, and is available for free download on the musician's official website and for streaming in platforms such as Spotify and the iTunes Store.
Galera, a tendência agora é termos uma fila de algumas semanas, e isso é ótimo! Mandem aí suas sugestões (tomei vergonha na cara e fiz uma planilha com calendário pra não esquecer de ninguém).
Rogério Skylab - Nas portas do cu
Spotify - https://open.spotify.com/album/3Rnp6MLYs8Nghbi3YG0mBh?si=9sBnk0SOTOq6YzAkCRE47A
Deezer - https://www.deezer.com/album/84224852?utm_source=deezer&utm_content=album-84224852&utm_term=1503374886_1548135202&utm_medium=web
Site oficial = http://www.rogerioskylab.com.br/albuns/nas-portas-cu/
Letras - http://lyrics.wikia.com/wiki/Rogério_Skylab:Nas_Portas_Do_Cu_(2019)
Nas Portas do Cu (Portuguese for "By the Doors of the Ass") is the fourteenth studio album by the Brazilian musician Rogério Skylab, and the second installment of a planned trilogy, the "Trilogia do Cu" ("Trilogy of the Ass"). It was released on January 1, 2019, and is available for free download on the musician's official website and for streaming in platforms such as Spotify and the iTunes Store.
Galera, a tendência agora é termos uma fila de algumas semanas, e isso é ótimo! Mandem aí suas sugestões (tomei vergonha na cara e fiz uma planilha com calendário pra não esquecer de ninguém).
Última edição por El Rafo Saldanha em Qua Jul 24, 2019 4:35 pm, editado 1 vez(es)
Re: Disco 56 - Semana 04 - De 23 a 30 de janeiro de 2019 - Rogério Skylab - Nas portas do cu
Por motivos de força maior (meu fone de ouvido morreu) não OUVOREI tal álbum. Mas como eu sou jovem, farei Review sem ouvir
Nota: 6>7
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Nota: 6>7
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prazerfelipe- Mensagens : 18
Data de inscrição : 03/01/2018
Re: Disco 56 - Semana 04 - De 23 a 30 de janeiro de 2019 - Rogério Skylab - Nas portas do cu
Não sei se já contei essa história no fórum. Se já contei, vai um repeteco pros novatos:
O ano era 2002. Rogério Skylab fazia show no Café Muzik em Juiz de Fora (q alguns devem conhecer pelo nome de "boate flex"). Eu era um jovenzinho que escrevia uma coluna de música com os amigos num site local. Consegui então credenciais para assistir o show - num ambiente com poucas pessoas, mesinha, esquema ótimo. Após o show, fui conversar com a empresária pra tentar uma entrevista. Ela disse que ele não gostava de entrevistas após a performance, pois ficava "muito esgotado". Com alguma insistência, ela acabou cedendo. O cara estava sentado num cantinho do minúsculo camarim, todo suado, realmente exaurido. Cumprimentei, prometi que seria rápido e tirei meu papelzinho com a pauta do bolso. Primeira pergunta: "Rogério, seu trabalho tem uma verve bem humorada..." nisso ele já me interrompe: "Não, não! Meu trabalho é super mal humorado. O povo ri porque é bobo!". Eu fiquei completamente sem chão. Ele me quebrou, minhas perguntas todas iam pra essa direção... Por mim, a entrevista ia acabar ali. A sorte é que meu amigo João Fubango tinha emburacado como fotográfo (uma desculpa pra conhecer o artista) tinha uma pergunta maluca sobre uma das músicas dele (ligando com nossas aulas de estética da faculdade e a ideia do revirão...).
Pois bem, ouvir um disco do Skylab sempre é uma experiência interessante, pq não importa qual absurdo ele tenha cantado ali, você pode ter certeza que ele foi dito com a mais absoluta seriedade. Nesse disco, vemos menos hits de choque fácil, mas tem belas canções que exploram a esquisitice humana e escatologia de várias formas. Adorei especialmente "Capa Negra", "Venham, Saturno Júpiter" e a primeira "Nas canções de amor". O negativo é o abuso de efeitos de estúdio esdruxulos, como em "Sem freio" e "Catatau" (nos shows isso tudo some, e fica em evidência a banda que o acompanha, que é muito boa!).
Skylab é um grande artista que acabou ficando estigmatizado pelas entrevistas no Jô. Se tiverem a oportunidade, assistam um show dele!
Nota 7 em 10.
O ano era 2002. Rogério Skylab fazia show no Café Muzik em Juiz de Fora (q alguns devem conhecer pelo nome de "boate flex"). Eu era um jovenzinho que escrevia uma coluna de música com os amigos num site local. Consegui então credenciais para assistir o show - num ambiente com poucas pessoas, mesinha, esquema ótimo. Após o show, fui conversar com a empresária pra tentar uma entrevista. Ela disse que ele não gostava de entrevistas após a performance, pois ficava "muito esgotado". Com alguma insistência, ela acabou cedendo. O cara estava sentado num cantinho do minúsculo camarim, todo suado, realmente exaurido. Cumprimentei, prometi que seria rápido e tirei meu papelzinho com a pauta do bolso. Primeira pergunta: "Rogério, seu trabalho tem uma verve bem humorada..." nisso ele já me interrompe: "Não, não! Meu trabalho é super mal humorado. O povo ri porque é bobo!". Eu fiquei completamente sem chão. Ele me quebrou, minhas perguntas todas iam pra essa direção... Por mim, a entrevista ia acabar ali. A sorte é que meu amigo João Fubango tinha emburacado como fotográfo (uma desculpa pra conhecer o artista) tinha uma pergunta maluca sobre uma das músicas dele (ligando com nossas aulas de estética da faculdade e a ideia do revirão...).
Pois bem, ouvir um disco do Skylab sempre é uma experiência interessante, pq não importa qual absurdo ele tenha cantado ali, você pode ter certeza que ele foi dito com a mais absoluta seriedade. Nesse disco, vemos menos hits de choque fácil, mas tem belas canções que exploram a esquisitice humana e escatologia de várias formas. Adorei especialmente "Capa Negra", "Venham, Saturno Júpiter" e a primeira "Nas canções de amor". O negativo é o abuso de efeitos de estúdio esdruxulos, como em "Sem freio" e "Catatau" (nos shows isso tudo some, e fica em evidência a banda que o acompanha, que é muito boa!).
Skylab é um grande artista que acabou ficando estigmatizado pelas entrevistas no Jô. Se tiverem a oportunidade, assistam um show dele!
Nota 7 em 10.
Re: Disco 56 - Semana 04 - De 23 a 30 de janeiro de 2019 - Rogério Skylab - Nas portas do cu
Não ouvi ainda, mas já gostei (viu ouvir depois dou uma opinião de merda).
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Mallassa- Mensagens : 8
Data de inscrição : 04/10/2018
Idade : 38
Localização : Curitiba
Re: Disco 56 - Semana 04 - De 23 a 30 de janeiro de 2019 - Rogério Skylab - Nas portas do cu
Fui ouvir essa álbum na defensiva e acabei desarmado por Skylab. Gosto das loucuras de "Eu Chupo Meu Pau" e "Carrocinha de Cachorro Quente" (ainda mais porque descobri essas músicas na adolescência) mas um álbum só disso?
Grata surpresa. Não, não é só isso. Tem apenas duas músicas com esse estilão escatológico e creio que até ele já tá meio cansado desse rolê. Ele claramente curte mas também parece quase uma obrigação tanto para manter a persona quanto o público que cativou. É um bom álbum que por vezes fica até bem poético. Tem ainda a possibilidade de em caso de guerra do Brasil com a Venezuela a música "Eu Vou Botar Silicone Na Bunda" se tornar um clássico da MPB kkkkkkkkkkkk (não disse que era uma grande possibilidade mas ela existe)
Agora aqui eu discordo bastante. Gostei dos efeitos mas ele não funciona porque briga com a melodia e batida mais convencional. Queria ter visto um Skylab REALMENTE "Sem Freio" que apostasse 100% nesse som e fizesse um treco experimental pra caralho no estilo Death Grips. As letras ele já tem. O problema foi ter ficado nesse meio termo, o que acho um tanto decepcionante.
Grata surpresa. Não, não é só isso. Tem apenas duas músicas com esse estilão escatológico e creio que até ele já tá meio cansado desse rolê. Ele claramente curte mas também parece quase uma obrigação tanto para manter a persona quanto o público que cativou. É um bom álbum que por vezes fica até bem poético. Tem ainda a possibilidade de em caso de guerra do Brasil com a Venezuela a música "Eu Vou Botar Silicone Na Bunda" se tornar um clássico da MPB kkkkkkkkkkkk (não disse que era uma grande possibilidade mas ela existe)
El Rafo Saldanha escreveu:
O negativo é o abuso de efeitos de estúdio esdruxulos, como em "Sem freio" e "Catatau" (nos shows isso tudo some, e fica em evidência a banda que o acompanha, que é muito boa!).
Agora aqui eu discordo bastante. Gostei dos efeitos mas ele não funciona porque briga com a melodia e batida mais convencional. Queria ter visto um Skylab REALMENTE "Sem Freio" que apostasse 100% nesse som e fizesse um treco experimental pra caralho no estilo Death Grips. As letras ele já tem. O problema foi ter ficado nesse meio termo, o que acho um tanto decepcionante.
Trindade- Mensagens : 124
Data de inscrição : 02/01/2019
Localização : Brasolia
Re: Disco 56 - Semana 04 - De 23 a 30 de janeiro de 2019 - Rogério Skylab - Nas portas do cu
Verdade, eu mesmo fui influenciado muito por essa estigmatização, até essa indicação do Fórum nunca encarei o Skylab como um músico/interprete sempre o vi mais como um personagem/personalidade bizarra.Skylab é um grande artista que acabou ficando estigmatizado pelas entrevistas no Jô. Se tiverem a oportunidade, assistam um show dele!
Até " Nas Portas do Cú" nunca tinha ouvido um disco dele de cabo A RABO (dsclp) e me surpreendi positivamente, pois esperava uma produção bem tosca e 13 faixas de barbaridades e escatologia e encontrei uma variação de temas bem maior e uma produção e banda muito boa (apesar de ter achado que recorreram à alguns clichês em algum momento)
Não acho que é um álbum que eu vá reouvir, mas serviu para mudar minha visão à respeito do Skylab e a prestar mais atenção nos anteriores e futuros trabalhos dele.
Nota 6/10
Leitte79- Mensagens : 282
Data de inscrição : 04/01/2018
Re: Disco 56 - Semana 04 - De 23 a 30 de janeiro de 2019 - Rogério Skylab - Nas portas do cu
Não desgosto de Skylab e esse disco é bem legal. Só não é muito a minha vibe essas viagens dele entre o bizarro e o engraçado, que depois que Saldanha contou a história dele descobri que eu sou mesmo bobo. Não há humor, é tudo sério.
Nota 6 de 10
Nota 6 de 10
marciosmelo- Mensagens : 146
Data de inscrição : 04/01/2018
Re: Disco 56 - Semana 04 - De 23 a 30 de janeiro de 2019 - Rogério Skylab - Nas portas do cu
Como artista skylab é um ótimo entrevistado.
Acho esse papo dele de músico sério um saco e quase tudo da carreira recente dele me parece música feita com uma planilha do excel.
Nota 5 porque ri bastante mesmo ele proibindo de rir.
Acho esse papo dele de músico sério um saco e quase tudo da carreira recente dele me parece música feita com uma planilha do excel.
Nota 5 porque ri bastante mesmo ele proibindo de rir.
Re: Disco 56 - Semana 04 - De 23 a 30 de janeiro de 2019 - Rogério Skylab - Nas portas do cu
Pra começar achei a capa muito interessante, me trouxe umas sensações estranhas que não consigo descrever, mas que já deram pontos ao álbum. Quando comecei a ouvir, não entendi nada. Eu não conhecia o cara e as primeiras canções tinham uma melodia parecida com as que eu ouvia na igreja quando eu era pequeno. Ai comecei a prestar atenção nas letras e mano, o cara é muito mais engraçado que algumas pessoas que tão ai ganhando mor grana com stand-up. Por outro lado, parece que ele não quer ser só o artista que faz musicas engraçadas (vide o que o rafa teve como resposta na entrevista) e coloca aleatoriamente umas musicas mais melodramáticas como "o amor tem razões" no meio do trampo. Só que isso faz com que o álbum fique ainda mais engraçado.
Existe uma musica ou outra que parece mais séria, menos humorada e essas foram as que eu mais gostei como música de fato, mas ainda sim não fazem meu estilo e nem me agradaram por completo.
De modo geral, me diverti muito com as músicas desse disco e com outras faixas que tive o trabalho de pesquisar para rir mais um pouco, mas definitivamente não passou disso.
Existe uma musica ou outra que parece mais séria, menos humorada e essas foram as que eu mais gostei como música de fato, mas ainda sim não fazem meu estilo e nem me agradaram por completo.
De modo geral, me diverti muito com as músicas desse disco e com outras faixas que tive o trabalho de pesquisar para rir mais um pouco, mas definitivamente não passou disso.
Nota: 6/10
brunos- Mensagens : 54
Data de inscrição : 18/04/2018
Re: Disco 56 - Semana 04 - De 23 a 30 de janeiro de 2019 - Rogério Skylab - Nas portas do cu
[Vai ser meio difícil comentar esse álbum pq eu acho falar sobre o Skylab muito difícil. Vai ficar grande pra cacete então quem não quiser ler nem precisa. Eu vou dar nota 8 pro álbum - mas eu prefiro os três anteriores e recomendo-vos]
Em primeiro lugar, acho que não dá pra ouvir Skylab como quem ouve qqr música por aí. O cara, na minha opinião, é uma instalação artística ambulante. Tudo no Rogério é de caso pensado, intencional.
Concordo completamente de que nem ele nem a obra dele são engraçados. Não são. Inusitados, excêntricos, sem dúvida, mas não é engraçado porque nesse caso o riso vem em quem ouve, mas nunca teve essa intenção específica - como arte, o barato tá na reação que causa nas pessoas então você pode até rir do Skylab, mas isso diz mais sobre vc do que sobre a obra.
Dou um exemplo. Vc vai a uma galeria ou a um museu. INDEPENDENTE da intenção do artista (pintor, escultor, etc) a obra te desperta uma reação. A não ser que ele esteja ali, do lado, te explicando, não tem como vc saber se aquela reação é "adequada" ou não. Você só sente as coisas e pronto. Isso é a obra do Skylab. Não é engraçada intrinsecamente, mas dá pra rir - também.
Ouvir um álbum do Rogério é - assim como ler um livro de poesia - vislumbrar um tantinho o íntimo do autor, na parcela e forma que ele escolheu demonstrar, com os recursos artísticos que ele elegeu, etc. E isso é muito foda porque hoje é muito difícil achar um compositor (ou um letrista, que seja) autêntico - geralmente o cara tá preocupado em vender disco (e não tá errado, não). Já o Skylab não vive disso (ele é aposentado do BANCO DO BRASIL, rs). Ele vai juntando grana e quando dá, lança um álbum e muitas vezes (sempre, na real) disponibiliza tudo de graça, pq essa é a arte do cara, quanto mais gente ver, melhor. É uma forma de expressão muito legítima.
Tanto que isso explica o porque do Rogério ser, nas suas próprias palavras, um "cadáver ambulante da música brasileira" - afinal, ele tem uma obra extensíssima mas NUNCA foi executado por outro intérprete que não ele próprio. Segundo ele mesmo, é o único caso disso em toda a música brasileira (e eu não duvido). Mas eu acho que ele se coloca desse jeito de propósito, justamente pra evidenciar sua qualidade como poeta e a sua obra como arte: você, por exemplo, pode fazer uma fanart do Goku, mas não faria uma de Picasso né? Vira outra coisa. Da mesma forma eu acho que não faz o menor sentido a Bethânia cantar "As portas do cu" (embora eu adoraria ver isso) porque é um troço muito particular do Skylab. Daria até pra DECLAMAR né, como quem declama um poema, mas a ideia não é essa e ele sabe disso.
Eu admiro profundamente o cara porque, como já disseram aí em cima, ele é extremamente autêntico. Ele quer dizer exatamente tudo aquilo que ele está dizendo nas letras. O escárnio é todo intencional. E não é para arrancar risadas fáceis (não estamos diante de um Massacration, por exemplo), mas para promover uma reflexão dele, a gente concordando ou não. Obviamente que só isso não o torna especial ou mesmo BOM, mas nessa linha de raciocínio não tem como avaliar um álbum sem contextualizar dessa maneira.
Posto isso, gostei do álbum justamente pq, pra mim, cada faixa, por pior que seja, cabe uma apreciação estética e poética. Na verdade, pra mim, o Skylab é muito mais poeta que músico. A graça toda tá nessa visceralidade dele. Quando ele fala CU, não é pra gerar risadinhas, mas pra gente ficar tentando entender o que esse cu aí significa. Ou não. Quem não gosta de poesia (sobretudo essas moderninhas metidas a besta) dificilmente gosta de Skylab.
Eu prefiro muito mais, porém, os álbuns anteriores - a Trilogia dos Carnavais é, na falta de expressão melhor, DO CARALHO, justamente porque tira o Rogério desse lugar comum roquista que ele nunca nem quis nem ocupou a contento. Desconfio que ele faz tudo com guitarras & cia pq é mais fácil de encaixar a letra, rs.
No final acho que o álbum ganha um sólido 8 mas, pelos motivos que expus, dificilmente ouviria novamente assim, de maneira corriqueira. Mas pruma audição compenetrada eu acho que vale sempre o esforço.
Em primeiro lugar, acho que não dá pra ouvir Skylab como quem ouve qqr música por aí. O cara, na minha opinião, é uma instalação artística ambulante. Tudo no Rogério é de caso pensado, intencional.
Concordo completamente de que nem ele nem a obra dele são engraçados. Não são. Inusitados, excêntricos, sem dúvida, mas não é engraçado porque nesse caso o riso vem em quem ouve, mas nunca teve essa intenção específica - como arte, o barato tá na reação que causa nas pessoas então você pode até rir do Skylab, mas isso diz mais sobre vc do que sobre a obra.
Dou um exemplo. Vc vai a uma galeria ou a um museu. INDEPENDENTE da intenção do artista (pintor, escultor, etc) a obra te desperta uma reação. A não ser que ele esteja ali, do lado, te explicando, não tem como vc saber se aquela reação é "adequada" ou não. Você só sente as coisas e pronto. Isso é a obra do Skylab. Não é engraçada intrinsecamente, mas dá pra rir - também.
Ouvir um álbum do Rogério é - assim como ler um livro de poesia - vislumbrar um tantinho o íntimo do autor, na parcela e forma que ele escolheu demonstrar, com os recursos artísticos que ele elegeu, etc. E isso é muito foda porque hoje é muito difícil achar um compositor (ou um letrista, que seja) autêntico - geralmente o cara tá preocupado em vender disco (e não tá errado, não). Já o Skylab não vive disso (ele é aposentado do BANCO DO BRASIL, rs). Ele vai juntando grana e quando dá, lança um álbum e muitas vezes (sempre, na real) disponibiliza tudo de graça, pq essa é a arte do cara, quanto mais gente ver, melhor. É uma forma de expressão muito legítima.
Tanto que isso explica o porque do Rogério ser, nas suas próprias palavras, um "cadáver ambulante da música brasileira" - afinal, ele tem uma obra extensíssima mas NUNCA foi executado por outro intérprete que não ele próprio. Segundo ele mesmo, é o único caso disso em toda a música brasileira (e eu não duvido). Mas eu acho que ele se coloca desse jeito de propósito, justamente pra evidenciar sua qualidade como poeta e a sua obra como arte: você, por exemplo, pode fazer uma fanart do Goku, mas não faria uma de Picasso né? Vira outra coisa. Da mesma forma eu acho que não faz o menor sentido a Bethânia cantar "As portas do cu" (embora eu adoraria ver isso) porque é um troço muito particular do Skylab. Daria até pra DECLAMAR né, como quem declama um poema, mas a ideia não é essa e ele sabe disso.
Eu admiro profundamente o cara porque, como já disseram aí em cima, ele é extremamente autêntico. Ele quer dizer exatamente tudo aquilo que ele está dizendo nas letras. O escárnio é todo intencional. E não é para arrancar risadas fáceis (não estamos diante de um Massacration, por exemplo), mas para promover uma reflexão dele, a gente concordando ou não. Obviamente que só isso não o torna especial ou mesmo BOM, mas nessa linha de raciocínio não tem como avaliar um álbum sem contextualizar dessa maneira.
Posto isso, gostei do álbum justamente pq, pra mim, cada faixa, por pior que seja, cabe uma apreciação estética e poética. Na verdade, pra mim, o Skylab é muito mais poeta que músico. A graça toda tá nessa visceralidade dele. Quando ele fala CU, não é pra gerar risadinhas, mas pra gente ficar tentando entender o que esse cu aí significa. Ou não. Quem não gosta de poesia (sobretudo essas moderninhas metidas a besta) dificilmente gosta de Skylab.
Eu prefiro muito mais, porém, os álbuns anteriores - a Trilogia dos Carnavais é, na falta de expressão melhor, DO CARALHO, justamente porque tira o Rogério desse lugar comum roquista que ele nunca nem quis nem ocupou a contento. Desconfio que ele faz tudo com guitarras & cia pq é mais fácil de encaixar a letra, rs.
No final acho que o álbum ganha um sólido 8 mas, pelos motivos que expus, dificilmente ouviria novamente assim, de maneira corriqueira. Mas pruma audição compenetrada eu acho que vale sempre o esforço.
Tangão- Mensagens : 19
Data de inscrição : 16/01/2018
Re: Disco 56 - Semana 04 - De 23 a 30 de janeiro de 2019 - Rogério Skylab - Nas portas do cu
Skylab pra mim, em três pontos.
1) Eu absolutamente adoro as letras, que em sua maioria me deixam com alguma coisa na cabeça, matutando mesmo.
2) Os arranjos por outro lado... alguns eu adoro, outros eu absolutamente detesto.
3) Nos últimos trabalhos conseguiu a medida exata de trazer uma postura nova sem perder a identidade.
O álbum:
Gostei desse álbum, acho que ele evoluiu muito no sentido de se afastar do “Matador de Passarinho” mas ao mesmo tempo mostra que essa essência está ali.
Quando eu ainda estava no FB lembro que ele ficou meses discutindo a questão do CU e algumas das postagens eram bem interessantes. O disco trouxe isso e eu arrisco dizer que não tem nada de meramente escatológico - tudo ali tem uma intenção (como já bem colocado aqui no fórum).
8/10
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1) Eu absolutamente adoro as letras, que em sua maioria me deixam com alguma coisa na cabeça, matutando mesmo.
2) Os arranjos por outro lado... alguns eu adoro, outros eu absolutamente detesto.
3) Nos últimos trabalhos conseguiu a medida exata de trazer uma postura nova sem perder a identidade.
O álbum:
Gostei desse álbum, acho que ele evoluiu muito no sentido de se afastar do “Matador de Passarinho” mas ao mesmo tempo mostra que essa essência está ali.
Quando eu ainda estava no FB lembro que ele ficou meses discutindo a questão do CU e algumas das postagens eram bem interessantes. O disco trouxe isso e eu arrisco dizer que não tem nada de meramente escatológico - tudo ali tem uma intenção (como já bem colocado aqui no fórum).
8/10
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Magal- Mensagens : 11
Data de inscrição : 17/01/2019
Re: Disco 56 - Semana 04 - De 23 a 30 de janeiro de 2019 - Rogério Skylab - Nas portas do cu
eu conhecia o skylab de forma eventual, nunca tinha ouvido um disco dele de cabo a rabo, só músicas eventuais
gosto do estilo dele, gostei de um modo geral do álbum, mas sei lá, não foi algo que me fez querer escutar ocm calam e pretsando atenção.
devo ouvir de novo, mas desse mesmo jeito, escolhendo umas faixas que ache mais legal.
nota 6,5 e uma avalização bem merda essa minha
é isso
groucho
gosto do estilo dele, gostei de um modo geral do álbum, mas sei lá, não foi algo que me fez querer escutar ocm calam e pretsando atenção.
devo ouvir de novo, mas desse mesmo jeito, escolhendo umas faixas que ache mais legal.
nota 6,5 e uma avalização bem merda essa minha
é isso
groucho
Groucho- Mensagens : 211
Data de inscrição : 29/03/2018
Idade : 45
Re: Disco 56 - Semana 04 - De 23 a 30 de janeiro de 2019 - Rogério Skylab - Nas portas do cu
Mantendo a temática do disco, achei ele uma merda.
ramonprates- Mensagens : 75
Data de inscrição : 16/03/2018
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