Disco 78 - Semana 26 - De 26 de junho a 3 de julho de 2019 - As Bahias e a cozinha mineira - Tarântula

O país está pegando fogo com a vaza-jato (parece nome de pornô ou fralda geriátrica ruim), o ano está oficialmente na metade e o Clube do Disco do Fundo do Poço não para!

O disco dessa semana é indicação do brunos, que está em semana de provas da faculdade e provavelmente só vai ver isso quando entrar de férias...

As Bahias e a cozinha mineira - Tarântula


Spotify - https://open.spotify.com/album/6d6PpOHDJIzHwsy97cL0bG?autoplay=true&v=L

Deezer - https://www.deezer.com/album/98185612?utm_source=deezer&utm_content=album-98185612&utm_term=1503374886_1561519414&utm_medium=web

YouTube - https://www.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_m0xJMVNT6C3wBzIXqLX6zjTXZMxRNqU7g

Letras - https://www.letras.mus.br/as-bahias-e-a-cozinha-mineira/discografia/tarantula-2019/

O grupo lança nesta sexta-feira, 31, seu terceiro álbum, Tarântula, com 10 músicas que trazem o tom político, mas também falam sobre afeto e cotidiano. Para marcar o novo trabalho, eles lançam hoje também três clipes, "Volta", "Carne dos Meus Versos" e "Shazam Shazam Boom", dirigidos por Rafael Carvalho.
As faixas trazem características do trio, formado por Assucena Assucena, Raquel Virginia e Rafael Acerbi, com samba e balada, mas também flertam com o universo pop. Tem até uma parceria com Projota em "Tóxico Romance". Quer saber mais? Eles dão os detalhes sobre o lançamento.




Como eu havia dito, temos novidades. Eu e o ramonprates estamos lançando o Radiola Torresmo Drops , podcast simplezinho de meia hora semanal pra indicar discos. Espero que vocês gostem.

Confesso que conhecia muito pouco de ABeaCM, então nem posso comparar esse disco com os anteriores. Mas posso dizer que é um disco de MPB, em tudo q isso tem de bom e de ruim.

Gosto quando a banda está solta e flerta com o dançante, como em Shazam Shazam Boom, mas odeio esse vício "poético" de fazer aliterações como em Fuça de um Fuzil.

Certa feita, lá nos anos 90, o André Forastieri escreveu (e perdeu o emprego na Folha) q o Brasil só teria jeito quando dessem um tiro na cara da Regina Casé, e tem horas que concordo.
Calma! Eu adoro "Que horas ela volta" e até mesmo o "Esquenta!" eu achava interessante, e teria muita gente que eu gostaria de balear antes da ex-Asdrúbal trouxe o Trombone. O lance é simbólico. Por matar a Regina Casé, Forastieri queria que se interrompesse a tal "Linha Evolutiva da Música Popular Brasileira" que começa na Bossa Nova e vai pelo tropicalismo e o BRock irreverente dos anos 80. E eu - q adoro Gil e Caetano - concordo que é preciso romper com essa "moderna tradição brasileira" (ai como eu tô referenciando hoje!). Pq virou cartilha, virou fórmula. É preciso voltar ao canibalismo oswaldiano e consumir o próprio canibal, pra ver o que vai sair daí. Caso contrário, ficaremos servindo pastiche pra sempre.

Apesar desse textão todo, não é um disco "odiável". É bom. Só não traz nada que me emocione.

Nota 7 em 10.

tem que merendar é o hermano viana na bicuda, a regina casé é só uma inocente útil (mas gosto também, pra mim o auge dela foi UM PÉ DE QUE. O brasil precisa de mais programas sobre árvore).

(não vou ouvir o disco agora não)

Estava num evento no mês passado e uma professora da UERJ apresentou um trabalho (excelente, diga-se) sobre o Samba, e uma senhora de Juiz de Fora (q tinha apresentado um trabalho péssimo - também sobre samba) perguntou pq ela não usava Hermano Vianna na bibliografia dela, ao q a professora respondeu "Porque eu não gosto de racista!" hahaha

Enviado pelo Topic'it

El Rafo Saldanha escreveu: Mas posso dizer que é um disco de MPB, em tudo q isso tem de bom e de ruim.

essa é uma daquelas expressões coringas que resumem bem uma avaliação.
depois de ler essa crítica não consegui  ter outra impressão da banda
acho a banda muito boa ao vivo, boa de performance, cativante mesmo.
na audição achei o disco legal, gostoso de ouvir tanto na parte dançante quanto naquelas músicas mais calmas.
mas já na primeira audição me ficou uma cara de álbum com prazo de validade. depois de algumas vezes cansa de ouvir (mas ainda bacana de ouvir em shows)

Gosto quando a banda está solta e flerta com o dançante, como em Shazam Shazam Boom, mas odeio esse vício "poético" de fazer aliterações como em Fuça de um Fuzil

aí eu já discordo, acho que, apesar das músicas as veze se parecerem demais com outras do entorno (um pouco de francisco el hombre, liniker, felipe cordeiro etc) acho que elas mandam muito bem nas aliterações, sem sobrecarregar no uso, acho que sabem usar isso de forma divertida pra passar algum recado mais sarcastico
mas eu sou fã de arnaldo antunes então minha análise é deveras enviesada

em resumo:

Apesar desse textão todo, não é um disco "odiável". É bom. Só não traz nada que me emocione.

por isso, nota maio de 68 de 10
é isso
groucho

Só agora que Notei que sem querer pulei um monte de semanas e acabei ouvindo a indicação mais recente, realmente estou caduco e tendo uma mini-crise por não ter ouvido na ordem correta.

Bom, mas já que estou aqui vamos ao disco:

Eu ainda não consegui me livrar de ter um certo RANÇO com MPB por ter começado a a ouvir e entender um pouquinho mais de música justamente quando Caetano e companhia eram visto como " os inimigos" por parte dos críticos que gostava (Forastieri, Alvaro Pereira Júnior,Barcinsky e cia) e também por parte das bandas e artistas roquistas da época.

Além da citada demissão do Forastieri citada pelo Saldanha, se não me engano João Gordo no auge da loucura tbm disse ao vivo na MTV que deviam matar o Caetano e também quase perdeu o emprego. Isso diz bem como era encarada a mpb em geral na época.

Olhando hoje em retrospecto (não no caso do JG, o dele era droga) sinto que havia uma carga de ego e preconceito muito grande nessas críticas, ainda mais que noto que parte desses críticos hoje em dia flertam demais com um discurso elitista e reacionário e, para o bem ou para o mal Caê, tá aí ainda na pista dando a cara a tapa.

Mas mesmo assim sigo torcendo nariz para a MPB em geral,

Após esse longo disclaimer que é o famoso "ninguém perguntou" digo ao povo que gostei bastante de Tarântula, principalmente nas faixas que flertam com o pop, algumas faixas me lembraram bastante Pitty , que eu gosto bastante).
Só que gostei também das faixas "mpbzístíca", não achei clichês do estilo, mas essa impressão pode ser também porque conheço pouco do gênero então soou como novidade.

nota 7,6/10

Leite79 escreveu:

Eu ainda não consegui me livrar de ter um certo RANÇO com MPB por ter começado a a ouvir e entender um pouquinho mais de música justamente quando Caetano e companhia eram visto como " os inimigos" por parte dos críticos que gostava  (Forastieri, Alvaro Pereira Júnior,Barcinsky e cia) e também por parte das bandas e artistas roquistas da época.

Além da citada  demissão do Forastieri citada pelo Saldanha, se não me engano João Gordo no auge da loucura tbm disse ao vivo na MTV que deviam matar o Caetano e também quase perdeu o emprego. Isso diz bem como era encarada a mpb em geral na época.

Olhando hoje em retrospecto (não no caso do JG, o dele era droga) sinto que havia uma carga de ego e preconceito muito grande nessas críticas, ainda mais que noto que parte desses críticos hoje em dia flertam demais com um discurso elitista e reacionário e, para o bem ou para o mal Caê, tá aí ainda na pista dando a cara a tapa.

eu fui num caminho quase inverso,
era uma exceção fã de mpb entre amigos que curtiam rock, então nunca gostei desses iconoclastas de ocasião.

com o tempo até peguei certo ranço da mpb e esse lado deslumbraod 'favela is beautiful'
mas faço coro que caetano pode ter muitos problemas, só não pode ser acusado de covarde, sempre pôs a cara a tapa
já forastieri e afins se firmaram em seus papeis de tiozoes do churrasco que falam mal de tudo que difere do gosto musical deles
o problema é que uma série de tiozoes jovens vem surgindo pra sustentar o discurso deles

era só um desabafo mesmo
groucho

o problema é que uma série de tiozoes jovens vem surgindo pra sustentar o discurso deles

PORRA, é o que mais tem hoje em dia

Demorei, mas finalmente consegui parar pra escrever. E pra não ser diferente dos meus outros comentários aqui no fórum, tudo será baseado em feeling (até pq eu não sei nada da teoria da coisa).

Depois de tirar meu corpo fora, vamos lá


Já conheço "as bahia" há algum tempo, o rafael acerbi é de poços de caldas, uma cidade proxima da minha. Acompanho os lançamentos desde o primeiro album "mulher" em 2015 e, particularmente, acho que o trabalho da banda só tem evoluido.


Sobre tarântula:

Primeiro esse nome, tarântula, não fazia ideia do que se tratava. Pesquisando cheguei a conclusão que foi o nome dado originalmente a uma operação dos anos 70 que buscava reprimir travestis, simplesmente por esse motivo: serem travestis

Já sabia que seria algo politizado logo de cara e vi que não me enganei depois de ouvir 'carne dos meus versos' e 'pipoco e pipoca' (que pra mim é a melhor do disco).

Antes dessas, 'mátria' que abre o disco vem mostrando todo a maturidade adquirida pela banda  e consistência do trabalho todo.

'Shazam shazam boom' é mais pop, com umas pegadas eletrônicas que me lembraram bastante o ultimo álbum "Bixa". Embora eu prefira a outra linha do banda, essa música é maneira e o clipe também é massa.

Falando em clipe, um muito massa (e muito pesado), mas que talvez simbolize esse álbum como um todo é o de 'das estrelas' (que junto com pipoco e pipoca, carne dos meus versos e mátria são o top 4 do disco)

Coisas que me desagradaram foram 1) a participação do projota que eu não acho bom musicalmente e 2) a faixa que o acerbi canta, soou tiago iorc demais e isso é demais pros meus ouvidos.



ENFIM (nunca falei tanto nesse fórum), é um disco consistente pra caralho, com muita historia contada. Leve de se ouvir, pesado de se escutar. Não é perfeito, mas o caminho que a banda tá seguindo me agrada demais

Nota: 8,8/10

Realmente bebe demais da tropicalia, o finalzinho principalmente, mas a questão sonora foi tranquila, tem uma quantidade suficiente de dance/carimbo ali que acho que dá uma renovada nesse estilo de MPB. O meu problema maior foram com as letras, as únicas que achei realmente fodas foram apenas "Volta", "Das Estrelas" e "Chute de Direita".

É um álbum gostoso de se ouvir até, mas não me chamou tanto a atenção porque meus gostos não são peculiares, eles talvez inexistam hehehe,

Nota 6 de 10