Disco 75 - Semana 23 - De 5 a 12 de junho de 2019 - Rakta - Falha comum

Sei que estou atrasado, mas ainda é quarta-feira, então ainda tá valendo. Sei que ainda nem comentei o disco da semana passada (embora tenha ouvido), mas coloco isso em dia no final de semana quando eu voltar. Dito tudo isso, o disco da semana vai ser indicado por mim. E resolvi ser ousado...


Rakta - Falha comum


Spotify - https://open.spotify.com/album/6LI7Qj7Co3Op6ljIUKybpY?autoplay=true&v=L

Deezer - https://www.deezer.com/album/91857422?utm_source=deezer&utm_content=album-91857422&utm_term=1503374886_1559774762&utm_medium=web

YouTube - https://www.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_m6nqRYs9Fg7W3RHKSlJqyfHwQe6N-qkQw

Bandcamp - https://rakta.bandcamp.com/album/falha-comum-2  

Inicialmente orbitando ao redor do pós-punk, o Rakta foi gradativamente compondo um universo sonoro abstrato e particular. Falha Comum, seu terceiro álbum, consolida esta direção unindo técnicas da música experimental com certos aspectos estruturais da canção para inventar o seu próprio ser em um pequeno manifesto sobre as ruínas do mundo.

Ao lado do baterista e percussionista Maurício Takara (que firmou-se na banda após a mudança de Nathalia Viccari para Buenos Aires), Carla Boregas (baixo e eletrônicos) e Paula Rebellato (sintetizador e voz) criam uma atmosfera de transe expansivo.



É isso aí! Coloquem discos na fila!

Descobri o Rakta meio sem querer, quando elas (na época eram só mulheres na banda) abriram pro Metá Metá no Circo Voador. Lembro que geral estava entre a incompreensão, o desprezo e o desgosto profundo e eu e Cecília pirando no som, na mise-en-scène... Dali por diante começamos a ouvir sempre os discos e entrou na lista de artistas favoritos. Os discos do Rakta estão no seleto grupo de álbuns que colocamos no carro pra viajar e sabemos q vai agradar os dois.
Quando saiu o Falha Comum eu ouvi logo no lançamento. Apesar da mudança na formação, a sonoridade da banda não mudou muito. Vi (com Cecília e com o rccpp85, que também está aqui no fórum, embora sumido) o show no lançamento e é uma paulada. Maurício Takara e Carla Boregas parecem 2 metrônomos perfeitamente alinhados, dando liberdade pra Paula Rebellato pirar... E ela pira com força! O disco muitas vezes explora os limites entre "ruído" e "música" de maneira linda. É rítmico, cru, apela pro primitivo que há na gente, e as repetições criam uma espécie de transe.
Ouça esse disco! Se tiver a oportunidade, vá ao show!
Mas esteja avisado: O Rakta toca ALTO. Quase saí surdo do último...

Nota 8,4 em 10 (e provavelmente entra na minha lista de melhores do ano)

não fazia ideia que o takara tava nessa banda. tava esperando um negócio mais post-punk e menos abstrato então na primeira audição foi um choque. Mas o saldo foi bom. É um disco curto que parece bem mais longo, diria até que uma experiência claustrofóbica. Tem disco que a gente ouve pelas good vibes e disco que a gente só ouve pra falar CARAI, SOBREVIVI E AINDA CURTI UM TANTO PASSAR DENTRO DESSE MOEDOR DE CARNE. Rakta é um desses. É o Dark Souls da música. Ainda quero ouvir de headphones no escuro, ainda quero ir no show.

8/10 porque a parte falada é cafona demais (e olha que eu amo música falada)

matheusnovaes escreveu: Ainda quero ouvir de headphones no escuro, ainda quero ir no show.

Olha, como eu disse hoje no twitter, o show do Rakta dura 3 dias: 1 hora no palco e 71 horas de zumbido no ouvido.

ouvi hoje finalmente, vindo pro trabalho
acho que esse foi meu erro, não é só pra ficar se escutando no metrô cheio com a cabeça na papelada, no chá de bebê pra se organizar e nos ajustes que ainda faltam na sala,

mas ei, é um som bom pra se estar chapando, no breu, ou mesmo num show em local lúgubre (definição a critério do espectador).
me lembrou um dead can dance, que é outra banda pra escutar na mesma vibe (engraçado que os discos do radiohead tem um - outro tipo - de pegada viajandona mas ultrapassam essa barreira e servem muito bem pra escutar a caminho do trabalho)

por esa indicação inusitada
nota 7,65 de 10
é isso
groucho

EL rAFO sALDANHA escreveu: E resolvi ser ousado...

JÁ CHEGOU O OUSADO TAL QUAL MENINO NAY

Ouvi logo que lançou, nem sei porque. Desde então passei longe. Esse disco foi pra mim, bem parecido com uma droga (ai cada um escolhe a sua) que te faz entrar numa neurapsicótica (?) fodida de começar a ouvir umas vozes sussurrando na sua cabeça e ainda pirar achando que geral tá te observando sofrer com a situação

Reouvi pra comentar aqui e dessa vez senti mais o prazer da "droga" do que o "efeito colateral".

Talvez eu esteja desenvolvendo tolerância, quero provar ao vivo

Nota: 8/10

Não sou dado a sons mais cabeçudos e experimental, mas mesmo sem saber exatamente porque, curti muito Falha Comum e até mesmo os outros discos anteriores do Rakta.
Me lembrou em alguns passagens os momentos mais despirocados do Radiohead só que com mais peso.
Salivei pelo relato de Saldanha a respeito da altura do som dos caras. Fiquei com vontade de ir mesmo que isso incorra na perda do pouco que me resta de audição.
7,8/10

Realmente a banda se apresenta naquele limiar da música audível e inadiável e diria que consegue andar muito bom por ela. Gosto da bateria e baixo que mesmo trabalhando em tempos quebrados fincam a sonoridade em algo ainda familiar, diferente do free jazz ou noise que simplesmente jogam tudo no alto e dizem "foda-se".

Ouvi no headphone e foi uma experiência bem interessante, eles brincam com os sons e tem uma música cujo o nome é "frango xadrez" (tá com símbolos chineses 'acho') que inclusive fica passeando entre um lado e outro do ouvido.

Achei interessante e no melhor que poderia analisar já que de música eu só sei ouvir posso dizer que gostei, mas é bem doido.

Ouvir esse disco me lembrou da minha primeira vez que fui numa rave. Tava só tomando cerveja, tava curtindo mas não tava no mesmo nível da galera que estava nas dorgas.

nota 7 de 10